E como não lembrar de Ali Farka Touré (1939 – 2006)? O guitarrista malinês foi responsável pela difusão do blues do deserto do Saara, indicando as pistas das raízes ancestrais do blues americano. Aliás, o cineasta Martin Scorsese caracterizou o trabalho de Touré como “o DNA do blues”.
Classificado com o número 76 na lista dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos da revista Rolling Stone, Ali Farka Touré faleceu, no ano de 2006, em decorrência de um câncer. Foi um dos músicos africanos mais admirados na Europa. Dizem por aí que até hoje há gente que desconhece a sua morte ou se recusa a acreditar.
Ao longo da carreira, Ali Farka gravou e tocou com diversos músicos de destaque, entre os quais o guitarrista norte-americano Ry Cooder (aquele especializado em slide guitar, que coordenou o Buena Vista Social Club). Inclusive, em 1994, o disco “Talking Timbuktu”, no qual Ali Farka foi acompanhado por Ry Cooder, recebeu o Grammy de melhor álbum de world music. Outro músico importante com quem colaborou foi o lendário tocador de kora (espécie de harpa africana), o conterrâneo Toumani Diabaté, com quem gravou dois de seus últimos discos, “In The Heart of The Moon” (2005) e o póstumo “Ali & Toumani” (2010). Aliás, recomendo todos os discos citados para uma atenta audição. É musica para o nosso deleite absoluto. Conheça também os trabalhos do já citado Toumani Diabaté e do igualmente malinês Ballaké Sissoko.