domingo, 13 de março de 2011

Paisagem galega: a vasta música do Berrogüetto



Elementos do que costumamos chamar de música celta estão presentes na musicalidade tradicional do Norte da Espanha (especialmente nas regiões da Galícia, Astúrias e Cantábria) e de Portugal. Essa sonoridade pouco tem a ver, por exemplo, com o flamenco, gênero que é referência musical da Espanha. Na atualidade, um dos grupos expoentes do folk da Galícia é o Berrogüetto, merecidamente querido da crítica espanhola, tido como renovador da musicalidade desenvolvida por grupos pioneiros, como o célebre Milladoiro, surgido nos anos 70.


Formado em 1996 por excelentes músicos (oriundos de outros grupos galegos), o que se evidencia pela máxima qualidade harmônica dos arranjos, o Berrogüetto oferece um molde contemporâneo à rica cultura musical da região. Gaita-de-fole, pandeirão irlandês (bodhran), harpa, violino, acordeon são alguns instrumentos utilizados pela banda. A sonoridade acústica por vezes é idílica, etérea e contemplativa, noutras é vibrante e nos transporta a vastas e coloridas paisagens. Portanto, não se engane, não é som para boi dormir.


Dividindo o repertório em temas instrumentais e belas canções, o Berrogüetto lançou cinco discos e desde o segundo, “Viaxe por Urticaria” (1999), demonstra uma crescente maturidade musical. Além deste, vale escutar “Hepta” (2001), “10.0” (2006) e o mais recente “Kosmogonías” (2010), no qual Xabier Diaz, que já tinha colaborado com a banda, assumiu os vocais no lugar da vocalista original, Guadi Galego, que saiu no ano anterior.  E quem quiser conhecer um pouco mais a música atual produzida na Galícia há outros artistas representantes da região, a exemplo de Carlos Nuñez e o grupo Luar na Lubre. Eu prefiro o Berrogüetto. Como aperitivo, fica o vídeo da canção “Fusco” e outro de uma apresentação num festival folk em Cambridge, na Inglaterra. Ambos com a vocalista Guadi Galego.









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