domingo, 1 de maio de 2011

Saudades do meu velho rock n’ roll



Tava demorando muito, mas o rock n’ roll finalmente aportou no Trilha Transe, excepcionalmente para apresentar o grupo nova iorquino Alberta Cross, cujos discos “The Thief and The Heartbreaker (2007) e “Broken Side of Time” (2009) foram os melhores biscoitos do gênero que provei nos últimos tempos. Tenho alma de roqueiro e não poderia esconder isso por muito tempo.  Enfim, sons de natureza elétrica também são bem-vindos no Trilha Transe.


Formado pelo vocalista sueco Petter Ericson Stakee e pelo baixista britânico Terry Wolfers, além de Sam Kearney (guitarra), Alec Higgins (teclados) e Austin Beede (bateria e percussão), que se encontraram em Nova Iorque, o Alberta Cross faz folk rock, com pitadas de blues e soul. É rock americano dos bons com eco do final dos anos 60 e começo dos 70. Carrega resquícios de Allman Brothers Band, The Band, Rolling Stones (dos tempos de Mick Taylor) e Neil Young. Só para citar alguns. Mas o grupo nos faz matar saudades também dos anos 90, de um tempo repleto de bandas legais como Grant Lee Buffalo, Blind Melon, Soundgarden, Soul Asylum, Dinosaur Jr., Buffalo Tom, Afghan Whigs e Nirvana. Fisicamente o vocalista lembra Kurt Cobain. Se tivesse surgido há 15 anos, aposto que o Alberta Cross faria um sucesso estrondoso, mas os tempos são outros e hoje em dia o rock anda meio esquecido ou escondido. Virou música de gente de alma retrô, que teima em nadar contra a corrente. E entre as bandas contemporâneas do mesmo estilo, garanto que Alberta Cross soa melhor que o festejado Fleet Foxes, de Seattle.


O primeiro disco, o EP “The Thief and The Heartbreaker (2007) que apresenta sete ótimas músicas, possui uma produção mais tradicional, com timbres vintage, semi-acústicos. “Broken Side of Time” soa mais modernoso, cheio de efeitos de guitarra, ou seja, é uma ponte entre o passado e o presente. Algumas músicas do primeiro ganharam novos arranjos no segundo, sem perder a qualidade. Para quem procura rock n’ roll de raiz, na cena atual, o Alberta Cross é uma ótima pedida. E para a degustação, um momento ao vivo da banda executando a música "Taking Control", uma das mais viscerais do repertório do grupo.





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