sábado, 2 de julho de 2011

Raiz celta de múltiplas sonoridades








Um dos grupos de maior destaque na cena folk de Portugal é o Mandrágora. O colectivo (como chamam grupo por lá), formado na cidade de Porto (a segunda maior do país), incursiona pela tradição celta presente no Norte de Portugal e da Espanha, com temas basicamente instrumentais.

Foi uma grata surpresa quando descobri, por volta de 2005, que em Portugal existia uma cena musical jovem, que une elementos diversos: celtas, medievais, mediterrâneos, orientais, eruditos, roqueiros e jazzísticos, o que resulta em um som contemporâneo e envolvente. Neste blogue, já falei de um outro grupo português desta geração, o Dazkarieh. Hoje, no auge da carreira, com shows marcados em toda a Europa. A proposta musical desta cena se difere, por exemplo, da música produzida pelo Madredeus, bastante difundida no Brasil, nos anos 90.



Depois de algumas mudanças, integram o Mandrágora atualmente Filipa Santos (flautas, saxofone e gaita de fole), Ricardo de Noronha (bateria e percussões), Miguel Moreira (guitarras) e David Estêvão (contrabaixo).

A banda tem dois discos lançados “Mandrágora” (2005) e “Escarpa” (2008). São trabalhos com sonoridades diferentes. O primeiro recebeu o Prémio Carlos Paredes, atribuído anualmente ao melhor disco português instrumental não erudito. Nele, ouve-se temas acústicos baseados na musicalidade celta, com o uso da gaita de fole e flautas na maioria das composições. O outro mostra o amadurecimento musical da banda, ao produzir uma sonoridade mais experimental e elétrica, com resquícios do jazz fusion e do rock progressivo - ambas sonoridades dos anos 70. Vale procurar os dois trabalhos e fazer a comparação.


                                  





Selecionei o belo vídeo da música “Vale de Sapos”, do primeiro disco, em que podemos conferir e apreciar a sonoridade rica de influências do Mandrágora. Um recado: há vários grupos com este nome em todo o mundo, inclusive no Brasil. Portanto, é preciso muita atenção ao procurar os discos na Internet, para não trocar (tocar) gato por lebre. E mais: Mandrágora é uma planta, cuja lenda remete à Europa medieval. Dizem que sua raiz grita ao ser arrancada da terra, entre outras peculiaridades.




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