segunda-feira, 26 de março de 2012

Dead Can Dance: música sem fronteiras


Uma boa notícia: o grupo Dead Can Dance voltou à ativa em 2012. Os enigmáticos Lisa Gerrard e Brendan Perry anunciaram o retorno com a gravação de um disco novo e uma turnê por países da América do Norte e da Europa. O site da banda anuncia a volta, depois de muitos anos de ausência. O último disco do grupo foi “Spiritchaser”, lançado em 1996.


Formado no começo dos anos 80, na Austrália, o grupo logo se radicou em Londres, ajudando - ao lado de bandas como Cocteau Twins e This Mortal Coil - a fundamentar o conceito da gravadora britânica 4AD, muito respeitada à época, sempre a difundir sons etéreos de vanguarda.  O trabalho vocal de Lisa Gerrad, inclusive, possuía uma semelhança com o de Elizabeth Fraser do Cocteau Twins. Ambas utilizavam, em muitas músicas, uma língua idiossincrática.




No começo, a música do Dead Can Dance era densa e gótica, um pós-punk eletrônico, sombrio e cheio de tédio, semelhante à sonoridade das bandas britânicas do período. No entanto, no final dos anos 80 e começo dos 90 o som do grupo foi ampliado, incorporando elementos medievais e celtas em bases eletroacústicas.




Aliado ao mergulho nas profundidades da Idade Média, o Dead Can Dance incursionou por sonoridades do Oriente Médio, desbravando paisagens sonoras persas e turcas com o uso instrumentos típicos daquelas regiões, como o santoor e a darbouka. Foi o período em que o grupo lançou alguns discos maravilhosos, que se tornaram obrigatórios: "Aion" (1990), "Into The Labyrinth" (1993) e o ao vivo “Toward The Within” (1994). Este último é também um filme com registro de um show do grupo. É possível comprar o DVD em sites nacionais. Aliás, uma das versões é liberada para todas as regiões.



Nos anos 90, o som do Dead Can Dance representou uma ponte entre o Ocidente e o Oriente. A riqueza de timbres nos surpreendia. Infelizmente, antes do final da década, Lisa e Brendan se separaram. Ambos chegaram a lançar discos solos. Lisa, inclusive, compôs algumas trilhas sonoras, uma delas a do filme "Gladiador". No entanto, nenhum disco teve o mesmo alcance dos trabalhos do grupo. Agora, vamos aguardar o resultado deste inesperado retorno.







8 comentários:

  1. Fala Edu,
    Grande blog meu amigo. Você, além de bom poeta é um homem da renascença musical.
    Um abraço,
    Fabreu

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  2. Fabreu, meu caro.

    Bom saber que você gostou. Apareça sempre.

    Abraços,

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  3. Adorei a escolha, e as palavras.
    Sem dúvida, minha paixão é Dead Can Dance. Tudo transforma-se magicamente ao redor. Servia-me muito bem como uma droga intensificadora da minha criatividade, quando queria pensar ou escrever. Eles fazem um som que realmente distorce a percepção - ou eu posso ter algum distúrbio ou sensibilidade maior aos encadeamentos harmônicos que a maioria das pessoas[bem difícil]. Para quem não conhece, é preciso muita calma, e ouvir sem grande expectativa. A música só acontece [e a vida ganha forma] quando quase se esquece dela .. tem que saber ouvir Dead can dance.

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    1. Boas observações Thaís. Sabia que você ia gostar. É muito bom quando alguém comenta, acrescentando elementos às considerações iniciais. E salve o Dead Can Dance!

      Um beijo,

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  4. Por aqui já roda, muito bom o disco novo. Dia 24 Outubro concretizarei no Porto (data única em Portugal) um sonho de décadas, ver DCD ao vivo em concerto, esgotou em Maio em apenas quatro horas.

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    1. Bom saber, JB, que o Dead Can Dance está a todo vapor na Europa. O disco novo chama-se "Anastasis". Estou curioso para ouvir.

      Abs,

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  5. De fato, as experimentações do Dead Can Dance são sensacionais, transcendem todo conceito sobre música; é quase uma experiência mística. Nos lembra da necessidade de música que venha da alma, sem amarras ou conluios com a indústria. Uma das bandas que mudaram minha vida, de certa forma. Aquela aura misteriosa em torno dos sons, da parte gráfica das capas dos discos sempre estimulam a procurar seus significados, o que nos enriquece culturamente. Passei a me interessar por Hieronimus Bosh (não sei se a grafia esta correta, desculpem) depois de ficar contemplando a capa de Aion, por exemplo. Maravilhosos.

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  6. Eu adoro esta banda acompanho eles desde os anos 90 e gosto de tudo que eles fazem são fantasticos musicas que nos inspiram !! e que me inspirarão em minhas musicas tambem com o Dark Solina Project !!

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