segunda-feira, 30 de abril de 2012

Todas as cores do Duofel






Ainda me lembro de quando topei pela primeira vez com um disco da dupla de violonistas Duofel, formada pelo paulista Luiz Bueno e pelo alagoano Fernando Melo.  O ano era 1995. Adquiri o CD “Espelho das Águas”, lançado pelo extinto selo Velas (criado por Ivan Lins) e gravado em parceria com o percussionista indiano Badal Roy, que proporcionou um leve sabor oriental ao disco, uma cortesia do som de sua tabla. Aliás, o experiente músico já tinha tocado com nada mais nada menos que John McLaughlin, Ornette Coleman, Miles Davis, entre outros feras do jazz. Naquele dia, levei também na sacola o disco “Storytelling” de Naná Vasconcelos. Os dois discos formaram a trilha sonora da minha primeira viagem à Chapada Diamantina realizada no mesmo ano.

O som do Duofel me chamou a atenção pela criatividade e vitalidade. Uma música vibrante, colorida e melódica, com sotaque universal, mas com muitas referências brasileiras. Ecos de folk, blues, baião, jazz, rock, samba e música caipira estão presentes nas composições. A musicalidade do duo nos transporta a qualquer paisagem do mundo, sem deixar de nos trazer de volta ao Brasil.





 Além de tudo, os timbres originais, as melodias envolventes e a elaborada performance dos músicos encantam. É difícil encontrar um trabalho paralelo no vasto leque da música instrumental brasileira. Talvez o som de André Geraissati tenha algumas semelhanças com a música criada pelo Duofel, em razão dos timbres e dos efeitos nas cordas dos violões, sendo André mais introspectivo.

A história do Duofel começa no final dos anos 70, quando os músicos se conheceram em São Paulo, tocando na banda de rock progressivo Boissucanga . O grupo acabou, mas a amizade de Luiz e Fernando permaneceu, determinando a formação da dupla. Em 85, o Duofel ganhou destaque ao acompanhar a cantora Tetê Espíndola, na canção “Escrito nas Estrelas”, vencedora do Festival dos Festivais. O primeiro disco deles, “Cores do Brasil”, foi lançado em 1990. O mais recente, “Duofel plays The Beatles”, é do ano passado, e foi apontado no site da dupla como uma viagem de volta às origens, pois ambos eram apaixonados pela obra da banda de rock de Liverpool, considerada a mais importante de todos os tempos. E, acredite, as recriações da dupla para o manjado repertório dos Beatles são criativas e inusitadas.





Todos os discos do Duofel são interessantes, mas indico, especialmente, o já citado “Espelho das Águas” (1994), “Atenciosamente Duofel” (1999), “Duofel 20” (Ao vivo - 2000), “Precioso” (2005) e “Duofel plays The Beatles” (2011). Em 2007, tive a felicidade de assistir a um concerto deles em São Luís, que guardo na memória. E no palco, garanto, eles são imbatíveis.











2 comentários:

  1. Adorei conhecer essa dupla!
    Teu blog é muito interessante, Eduardo.
    Agradeço o link do meu blog.
    Abraços,

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    1. Oi Elizabeth,

      Que bom você ter aparecido por aqui e gostado do Duofel. Alguns sons deles me acompanham há quase 20 anos.

      Abraços,

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